sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Síntese da avaliação do PPD - Pe. Edimilson e Pe. Aldízio

Pe. Edimilson retomou a palavra com “Os pontos fundamentais sobre a Igreja que construímos e a sociedade que ajudamos a construir a partir da avaliação das paróquias e foranias”. Então, desde a questão: que sociedade ajudamos a construir? refletiu os seguintes pontos:
1.      Queremos ser um povo novo, diferente, vivendo em um mundo novo. Queremos romper com este modelo de sociedade que torna tudo mercadoria, inaugurar um modo de ver o mundo e as pessoas.
2.      Buscar outro modelo de sociedade e de vida que nos faz gente cada dia mais realizada e feliz. A nova sociedade que queremos ajudar a construir é uma sociedade baseada na solidariedade.
3.      A sociedade que queremos construir é uma sociedade que exige mudança de pensamento: não é possível entender o mundo somente a partir dos indivíduos, somente a partir dos seus interesses.
4.      Busca-se uma economia solidária e sustentável, marcada não somente pelas leis do mercado, mas pela dimensão da dignidade da pessoa e de suas necessidades básicas e fundamentais.
5.      Uma nova relação com a natureza torna-se uma prioridade que não pode ser esquecida. Uma sociedade que reconheça a centralidade de Jesus Cristo na vida dos homens e das mulheres, tornando-se verdadeiramente povo de Deus.
6.      A sociedade que queremos construir é a sociedade da inclusão, é o próprio Jesus que convida homens e mulheres para o centro da vida. Uma sociedade da escuta e do diálogo com o outro.
7.      A sociedade que sonhamos é uma sociedade fundamentada não no consumismo, mas na solidariedade, no cuidado com o outro e no doar-se.
Outro ponto discutido foi norteado pela questão: que Igreja podemos construir? Salientou então as seguintes características:
1.      Una: uma Igreja unida, participativa, ativa, solidária, comprometida com o projeto de Cristo e seu Evangelho.
2.      Ministerial: uma Igreja que expresse a dimensão do serviço eclesial e a riqueza dos valores que existem nas comunidades cristãs.
3.      Missionária: uma Igreja que saia de si e que caminhe sempre mais na direção do próximo. Participante e atuante na formação da verdadeira cidadania baseada na fé.
4.      Misericordiosa: a misericórdia implica numa constante atitude de amor efetivo e transformador. A Igreja é chamada a ser “pastora da Criação”.

Desde estas perspectivas levantadas pelo Pe. Edimilson, o padre Antonio Aldízio Nunes, completou com a reflexão de como “estabelecer o caráter de continuidade entre o projeto das Santas Missões Populares (SMP) e o Plano de Pastoral Diocesana (PPD)”; norteou sua síntese: “Como realizar estes anseios?”
1.      Através de um Plano Diocesano de Pastoral - PPD que nos levasse a conhecer, amar, seguir e testemunhar Jesus Cristo a todos, com humildade e convicção, dando assim um sentido verdadeiro à vida, transformando cada vez mais a nossa Diocese numa Igreja romeira e missionária, formando rede de comunidades e trabalhando pela preservação da natureza e construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária.
2.       Os elementos que estão contidos no objetivo da diocese tratam da formação para o discipulado por meio do encontro pessoal com Jesus Cristo. Despertar para o compromisso missionário como fruto do seguimento a Jesus Cristo. A formação de rede de comunidades. O engajamento na defesa da vida e da cidadania em vista da construção de uma sociedade melhor.
3.      A partir das nossas necessidades eclesiais e em consonância com as diretrizes da CNBB e do Regional, a diocese assumiu como prioridade as dimensões missionária e formativa e procurou concretizá-las, em nível diocesano, com o Projeto Santas Missões Populares, com a escola Fé e Vida, reestruturando a Pastoral Familiar e do Setor Juventude.
Que Igreja ajudamos a construir com o projeto das SMP?
1.      É visível nas comunidades maior consciência eclesial e engajamento dos jovens na vida paroquial.  As visitas missionárias despertam para um senso de compromisso com o próximo e valorização da família através de visitas domiciliares periódicas. As comunidades da zona rural e urbana experimentam maior entrosamento.
2.      Também é expressivo o despertar de novas lideranças, maior participação de pessoas nas celebrações eucarísticas, o surgimento de novas comunidades, a reinserção de pessoas na vida pastoral das comunidades. As paróquias procuram desempenhar um frutuoso intercâmbio na realização de suas atividades.
3.      Anima-nos ainda a criação de conselhos comunitários em algumas comunidades. É expressiva unidade entre as pessoas e o senso de coletividade na realização de ações pastorais.
Que sociedade ajudamos a construir com o projeto SMP?
1.      O Projeto Santas Missões Populares expressa como maior conquista nesta busca pela construção de uma nova sociedade a valorização da pessoa humana. Além do mais as SMP favoreceram à participação da Igreja nos Conselhos Municipais em favor da promoção cidadã. Em diversas paróquias foram implantadas a Pastoral dos Idosos e Pastoral da Criação que trabalham em parceria com os governos municipais.
2.      Também foram implantadas atividades e projetos que visam a preservação da natureza, a convivência com o semiárido, a conscientização sócio-política visando a promoção de uma economia solidária nas comunidades e o desenvolvimento sustentável das famílias como: projeto Mandala, Energia Solar, cavalgada ecológica, caminhadas ecológicas, distribuição de mudas nativas, criação de quintais ecológicos e farmácias vivas, oficinas de arte, conscientização sobre os malefícios causados pelas queimadas e a necessidade da coleta seletiva do lixo e reutilização de material reciclável em oficina com crianças e adolescentes, participação da juventude no Grito dos Excluídos, realização da semana da cidadania.
3.      Outro fruto colhido nesse processo foi a inclusão de pessoas portadoras de deficiência física nas atividades pastorais que despertou para criação da pastoral dos surdos. Também foi expressiva a participação das comunidades paróquias em campanhas emergências como a de arrecadação de doações para os desabrigados de Alagoas e Pernambuco.
            Pe. Aldízio conclui dessa maneira a sua fala: “A partir do que vimos e das conquistas alcançadas é evidente que precisamos continuar a nossa missão, pois, os desafios atuais nos questionam e nos exigem resposta de fé madura e comprometida com os mais necessitados. A Igreja que queremos ser e a sociedade que queremos ajudar a construir nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo e do fortalecimento de nossas paróquias em rede de comunidades. Que o XIII Intereclesial nos inspire neste caminho.”

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