Relatório Final

ASSEMBLEIA DIOCESANA – 2010

DIOCESE DE CRATO – REGIONAL NE I


No dia dezenove (19) de novembro de dois mil e dez (2010), as oito (8) horas e cinquenta (50) minutos da manhã de sexta feira, no Centro de Expansão Dom Vicente Matos, na cidade de Crato, Estado do Ceará, Brasil, com o tema: “Justiça e profecia a serviço da vida”, e com o lema:” CEBs, romeira do reino no campo e na cidade”, teve início a Assembleia de Pastoral da Diocese de Crato, a nona (9º) sob o episcopado de Dom Fernando Panico, msc. O Início foi marcado pela liturgia doOfício Divino das Comunidades sob a cordenação do Pe. Joaquim Ivo Alves dos Santos e equipe. Em seguida Pe. Francisco Edimilson Neves Ferreira, Coordenador Diocesano de Pastoral, deu as boas vindas a todos (as) e convidou-os para escutarem a palavra do Bispo Diocesano.
Dom Fernando, com palavras entusiasmadas, alegres e concisas agradeceu a presença das diversas paróquias da diocese, dos sacerdotes, dos (as) religiosos (as), dos seminaristas e dos (as) leigos (as). Convidou a todos para dar continuidade aos projetos em cursos na diocese sob a inspiração do Espírito Santo, que nunca deixa a Igreja mesmo diante das circunstâncias mais adversas, mas que a faz sempre credível perante a sociedade atual, dado confirmado por uma recente pesquisa que coloca a Igreja dentre uma das mais respeitadas e acreditadas instituições do país. Afirmou ainda, que a solidez da Igreja se faz pela unidade de todos (as) nas comunidades; que ninguém pode anunciar a Boa Nova desligado da comunidade. Destacou a presença da Irmã Rosália Alencar Alves, subsecretária do regional Nordeste 1, como elo de ligação. Encerrou convidando a todos (as) para se rejubilarem pelo centenário da diocese, que celebra com gozo a presença de Cristo em nossas terras caririenses. Prometeu voltar ao fim da assembleia para dar outras diretrizes a serem refletidas nas paróquias e comunidades da diocese.
Pe. Edimilson retomou a palavra com “Os pontos fundamentais sobre a Igreja que construímos e a sociedade que ajudamos a construir a partir da avaliação das paróquias e regiões forâneas”. Fez sua reflexão a partir da questão: que sociedade ajudamos a construir?. Desde as perspectivas levantadas pelo Pe. Edimilson, o padre Antonio Aldízio Nunes, apresentou significativamente os principais elementos da avaliação do projeto SMP enviados pelas paróquias e foranias, e completou com a reflexão de como “estabelecer o caráter de continuidade entre o projeto das Santas Missões Populares (SMP) e o Plano de Pastoral Diocesana (PPD)”; norteou sua síntese a partir da indagação: “Como realizar estes anseios?” Pe. Aldízio conclui dessa maneira a sua fala: “A partir do que vimos e das conquistas alcançadas é evidente que precisamos continuar a nossa missão, pois, os desafios atuais nos questionam e nos exigem resposta de fé madura e comprometida com os mais necessitados. A Igreja que queremos ser e a sociedade que queremos ajudar a construir nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo e do fortalecimento de nossas paróquias em rede de comunidades. Que o XIII Intereclesial nos inspire neste caminho.”
Dando continuidade às reflexões suscitadas anteriormente e buscando estabelecer o caráter de continuidade entre o Plano Diocesano de Pastoral 2007-2010 (Projeto das Santas Missões Populares), e o novo que está sendo construído em vista do centenário da Diocese em 2014, Pe. Vileci Basílio Vidal, coordenador do XIII Intereclesial, afirmou: “A missão continua... Igreja romeira e missionária do reino a caminho do centenário.” Sobre o PPD de 2006, no caderno de pastoral que apresenta a Igreja diocesana de Crato, refletiu os dois rostos de católicos: 1) Os ligados a Igreja-povo, vendo nela uma instituição religiosa que oferece certo sentido para a vida e consolo nos sofrimentos, sendo procurada em alguns momentos de vida e sendo abandonada ou trocada por outra quando não os satisfaz; e 2) os ligados a Igreja-comunidade, são ativos nas Paróquias e nos movimentos, cuidam de sua formação religiosa, vivem a luz da fé e experimentam a força de Deus e o apoio da comunidade. A partir daí expressou um desafio: o imperativo de se aceitar certa diversidade na liturgia, na catequese, na formação religiosa, na atividade eclesial. Como pista para superação sugeriu a necessidade de um efetivo diálogo intraeclesial para fortalecer os relacionamentos na igreja e da igreja com a sociedade. Também apresentou os critérios para que uma comunidade de base seja considerada eclesial.
Terminando sua colocação, afirmou Pe. Vileci Vidal: “Atuando em paróquias que vão se tornando cada vez mais comunidade de comunidades, estes diversos ministérios, em comunhão com a igreja diocesana na qual estão inseridos, tornam-se instrumentos indispensáveis para a atuação missionária”.  Em seguida, convidou as regiões forâneas para refletirem sobre a mensagem dos bispos ao povo de Deus sobre as comunidades eclesiais de base, a partir de quatro perguntas: 1) o que são as CEBs, e quais os novos desafios que elas enfrentam hoje; 2) que destaque podemos dar às CEBs em seu percurso histórico e experiências dos intereclesiais?; 3) que tipo de experiências se tem nas CEBs, expressa pela eucaristia, pela palavra de Deus e pela participação de seus membros nos movimentos sociais?; e 4) qual a função da matriz na formação da paróquia em rede de comunidades?
Foram dadas as seguintes respostas:
As Comunidades Eclesiais de Base são comunidades eclesiais organizadas no campo e na cidade, é o chão onde se firmam todos os movimentos e pastorais, é um modo de ser igreja que favorece a participação e a comunhão eclesial e social, com índole ministerial a serviço do Reino. – Entre tantos desafios encontramos a dificuldade de transmitir pra uma sociedade globalizada e urbanizada a opção preferencial pelos pobres, dando- lhes uma vida mais digna, justa e participativa no meio em que vivemos; a crise cultural, o programa econômico mundial marcado pelo utilitarismo e pelo consumismo torna difícil a vivência comunitária, a partilha, num meio, onde há concentração de riquezas em alguns face à necessidade de tantos; a lei do menor esforço, ou seja opção pelo o descartável e passageiro; a vivência em comunidade, falta o sentido de partilha entre as pessoas. É desafiador transmitir à geração atual, marcada pelo individualismo “computatorial”, a experiência do “viver com”.
As CEBs se destacam pela troca de experiências das diversas comunidades, surgindo de um pequeno movimento do próprio povo, para a celebração do reino de Deus. Pelo crescimento e envolvimentos dos participantes gerando protagonismo na solução de situações vividas pelos povos. Destacam-se, também, na criação de projetos que hoje fazem parte das políticas publicas. Já os intereclesiais são grandes celebrações eclesiais que, gerando reflexão e conscientização, fortalecem as comunidades. Foi se criando ao longo dos intereclesiais um patrimônio teológico e pastoral onde as CEBs em seu período efervecente serviram de modelo para a Igreja do mundo todo, renascendo hoje com mais convicção. Assim as CEBs contribuíram para as Conferências que viam nelas uma luz para uma maior unidade da Igreja.
São exigências das CEBs o testemunho de vida, de missionariedade, solidariedade, espiritualidade, de vivência eucarística e de comunhão com a vida do próximo. O Ecumenismo, a formação dos discípulos missionários, o diálogo com diversas pessoas e setores da sociedade, o anúncio e vivência da palavra de Deus, testemunho de Fé e conversão e o compromisso com os mais pobres. Tudo isso relaciona-se com a Eucaristia que é sacramento de comunhão e participação na vida divina e na vida humana.
É função da Matriz, na paróquia, ser a comunidade mãe; formar os conselhos paróquias e comunitários. Articular as comunidades e acompanhar a formação. Criar equipe de formadores de lideres comunitários para a assumir e acompanhar a missão nas comunidades. Reorganizar o setor de pregação e catequese para fortalecer o anúncio; o seguimento e a formação dos discípulos missionários, sob a presidência do padre: principal articulador pastoral. Proporcionar a experiência da Palavra de Deus e celebrar na liturgia a alegria e a festa da salvação que Jesus Cristo nos traz, tonando firme e espiritualidade do povo.
Continuando a reflexão sobre as CEBs, Pe. Nelito, assessor da assembléia, fez sua 1ª colocação sublinhando a contribuição do Ceará para a identidade das CEBs, sob a responsabilidade de Dom Aloísio que cunhou a expressão “novo jeito de ser igreja” e redigiu o documento da época que trata das CEBs, tema relançado na Conferência de Aparecida, motivo da publicação documento 92: “Mensagem ao povo de Deus sobre as Comunidades Eclesiais de Base” – agora um jeito normal de ser igreja, fortemente sentido em toda a América Latina. O continente contém o maior número de católicos e cristãos (86,5%), a América te 45% dos católicos. O Brasil tem 130 milhões de católicos, 73,6% da população, seguido do México (90 milhões), da Colômbia (40) e da Argentina (35). No mundo somos mais de 1 bilhão, somando os protestantes são 2 bilhões de cristãos. Os Estados Unidos é a maior nação cristã do mundo (225 milhões), mas os católicos são maior número da mesma Igreja (40 milhões), dada a subdivisão dos outros cristãos. São pontos fortes da Igreja na América Latina a vivacidade, criatividade, dinamicidade, a riqueza de movimentos, carismas, ministérios e, sobretudo, sua atuação entre os pobres, seu compromisso social. O povo tem zelo pelos sacerdotes, pela liturgia e pala eucaristia, e tem desejo de experimentar a palavra de Deus. Não faltam pontos fracos. O catolicismo popular é a nossa maior força, mas é também nossa fragilidade em virtude dos ataques sofridos pelas seitas; embora haja nele uma profunda experiência de Deus, há que se pensar em uma formação e maior embasamento para o povo. O clero ainda com pouco tempo para o atendimento do povo, ou pela extensão territorial ou pela demanda populacional de suas áreas pastorais. O laicato ainda ausente dos lugares de decisão e visibilidade, como universidades, jornais, grande empresas, círculos da elite e na política. Fraca pastoral que põe em risco nossa identidade eclesial.
Dia 20, pela manhã, após a Santa Missa e o café, retomou o Pe. Nelito fazendo alusão à palavra norteadora do Papa na abertura da Conferência de Aparecida quando pediu para que se tivesse atenção bastante especial com o domingo, dia de encontro com o Senhor vivo, lugar da celebração litúrgica, dia da eucaristia. Sua intenção era resgatar a eucaristia, a celebração da palavra, trazer de volta a possibilidade de se ter uma experiência real de encontro com Deus, na pessoa de Jesus Cristo. A vida cristã tem como essência a eucaristia. Jesus não celebrou apenas uma eucaristia, mas várias, pois em cada encontro se fez de forma eucarística, com aqueles que sofriam ele sentia como se fosse seu corpo, se alegrava com aqueles que estavam alegres. Todas as ocasiões dos cristãos é ocasião de se viver a eucaristia, oferecendo-se na patena do mundo, vivendo como num eterno domingo. O povo de Deus deve ser um povo celebrante, com comunidades eucarísticas, vivas. Tem-se na família a verdadeira experiência da eucaristia, a igreja doméstica, a correia da fé. Deve-se dar atenção à juventude para que seja fermento de uma nova evangelização. Este é um grande desafio, pois ainda não se consegue falar a língua da juventude. A Igreja não pode ficar só com os adultos, os idosos, os avós. A catequese deve possibilitar uma experiência com Jesus, porém, sem esquecer o ensinamento da doutrina, também da doutrina social da Igreja. Contudo, lembremo-nos que a função fundamental da Igreja é de índole religiosa, todavia, é daí que a Igreja tira forças para trabalhar nas outras dimensões humanas como na política e no social. Devemos conhecer o catecismo da Igreja ou pelo menos a forma resumida elaborada por Bento XVI.
Formar os formadores de opinião, na educação, nas universidades, nos meios de comunicação, na política. Tudo isso à luz de uma opção preferencial pelos pobres - diz-nos o papa – não por simpatia, por pena, mas por que Jesus sendo rico se fez pobre para nos enriquecer com a sua graça. Não há outra razão senão esta.
A partir disso os bispos elaboraram o documento tendo em vista o domingo, a liturgia, a eucaristia, a família, a juventude e a catequese em suas mais variadas modalidades; formar comunidades celebrantes, mas sempre em atenção preferencial pelos pobres. Aparecida trouxe tudo aquilo que era essencial para a catolicidade. Mas surge um desafio: como transformar essas realidades à luz de Aparecida? Todos os movimentos assumirão uma dimensão missionária. O apostolado da oração, o setor juventude, a catequese, por exemplo, assumirão essa missionariedade, ou seja, serão agora movimentos missionários. Prepararemos o povo a partir da leitura orante da Palavra de Deus. Fazer um resgate da leitura da palavra nos círculos bíblicos e noutros movimentos e pastorais. A leitura orante é muito antiga, é lê-la respeitando suas mais variadas nuanças, deixar-se colher pela palavra, assumir a palavra com toda a sua força, abrir-se ao Espírito que age em nós, nos faz testemunhas da palavra, sem jamais dispensar uma contextualização.
O eixo palavra tornou-se fundamental para dar prioridade à experiência da fé e fazer-nos mais comprometidos com o povo de Deus; deve perpassar toda a vida da Igreja. O eixo sacramento exige que os integrantes se tornem sacramento, sinal permanente de comunhão com os irmãos e com Deus. Assim seremos como a Igreja: sinal de salvação. Não em sentido social, sociológico, mas nos tornarmos um elo que sinaliza para um encontro com Deus, e com os irmãos na Igreja. A Igreja não é o reino de Deus, e não se confunde com ele, mas é sinal do Reino, um grande sacramento do reino. As Comunidades Eclesiais de Base devem ser sinal do Reino para a Igreja. Aí se buscará viver os valores do reino aprofundado, na radicalidade do reino.
Dentro desta perspectiva é valiosa a resposta do então cardeal J. Ratzinger sobre o que achava da  leitura popular da bíblia: Às vezes parece tão complicado ler a bíblia que se julga que só os estudiosos podem ter uma visão de conjunto, a exegese trouxe muitas coisas positivas, mas fez surgir a impressão  de que uma pessoa normal, não é capaz de ler a bíblia por tudo parecer muito complicado. A bíblia é oferecida a cada um, pertence ao povo. Neste caso dou razão à teologia da libertação que faz possível a leitura popular da bíblia. O povo é o verdadeiro proprietário da bíblia, e seu legítimo interprete e não precisa conhecer todas as nuanças. Mas compreendem o essencial. A teologia não pode suprimir a suprema simplicidade da fé. A leitura popular nasceu na América latina. A leitura popular da bíblia é para nos fazer ganhar a alma e não perdê-la. As CEBs deve ajudar o povo a ler a palavra.
A pessoa de Jesus Cristo era uma pessoa devocional, muitas vezes era tomado por parte: as chagas, a face, o coração, as mãos ensangüentadas. A fé esclarece e nos ajuda a esclarecer todas as coisas. Jesus não quis ser nem adorado nem seguido, mas amado, depois de ama-lo então se pode segui-lo e adora-lo. Deus nos deu a bíblia para nos indicar onde ele está, onde podemos encontra-lo, pois nós perdemos a capacidade de acha-lo no livro da natureza. As comunidades eclesiais trouxeram o Jesus histórico, encarnado para ser feita uma experiência com ele. Ele, Jesus, assim nos ajuda a resolver nossos problemas, à luz da fé, de modo humano. Trazer um amor apaixonado e apaixonante de Jesus.
Padre Vilecir Basílio Vidal, coordenador do XIII Intereclesial, apresentou o esquema norteador da confecção do novo plano de pastoral a ser seguido nos próximos anos (2011-2014):
·         2011 é o ano da sensibilização: organização da vida em comunidade – relação fé e vida, a palavra chave é sensibilizar;
·         2012 é o ano do aprofundamento: se apropriar da reflexão teológica a partir da realidade para evitar respostas mágicas às crises da humanidade, refletir sobre crises e posicionamentos, para afirmar o compromisso com Deus, com o ser humano, com a criação, retomar a missão, ano dos grandes encontros, a palavra chave é aprofundar;
·         2013 é o ano da vivência, do Intereclesial: trenzinho das CEBs, a palavra chave é vivenciar;
·         2014 é o ano de celebrar, a palavra chave é celebrar.
Por Regiões Forâneas foram refletidas as seguintes questões: 1. À luz do Doc. de Aparecida o que nos propomos a fazer para transformar nossas comunidades, grupos e movimentos em casa-escola de oração e acolhimento? 2. Qual o objetivo principal que vai nortear os nossos trabalhos em eixo?
As respostas foram: Fomentar a consciência comunitária paroquial, mesmo diante da especificidade do carismas existentes. Promover a participação das pessoas nas celebrações, pastorais e movimentos, visitando as famílias e animando a fé. Unificar as pastorais em torno da espiritualidade missionária, sublinhando a partilha das vivências pastorais. Promover a criação e fortalecimento dos conselhos paroquiais e comunitários (A Forania 5 já possui regimento destes conselhos). Realizar assembléia setoriais com as capelas e setores missionários. Dar preferência às pequenas comunidades como lugares da experiência com Deus e da convivência fraterna e missionária. Realizar retiros de formação.
Eixo Palavra: Estimular um projeto de promoção da Leitura Orante da Palavra; Criação de Círculos Bíblicos para animar e formar as comunidades pequenas em torno da Palavra e intensificar o trabalho catequético, tornando a expressão devocional uma expressão missionária e mais fortalecida pela Palavra de Deus. Eixo Sacramento: Difundir a oração do Ofício Divino das Comunidades; proporcionar a formação litúrgica nas três dimensões; retomar a idéia do Diretório Litúrgico-Sacramental; promover a vivência ativa e frutuosa das celebrações eucarísticas, e dos demais sacramentos, despertar as comunidades para a valorização do Dia do Senhor; manter uma formação permanente para as equipes paroquiais, aprofundando e vivenciando a vida litúrgica da Igreja. Dar a devida importância ao caráter comunitário das celebrações sacramentais nas comunidades. Celebrar a liturgia a partir de uma experiência pessoal com Jesus Cristo para um despertar missionário. Eixo Ação: Sistematizar as ações já existentes, fortalecendo as ações sociais. Reanimar a Pastoral da Educação. Fortalecer o trabalho das pastorais que atuam em defesa da vida, como por ex. Pastoral da Criança; Viver o compromisso e a fidelidade à ação evangelizadora. Fortalecer a ação participativa e solidária como expressão de fé.
Pe. Nelito interviu para dar seu testemunho do que significa Comunidade Eclesial de Base servindo-se de um texto de Tertuliano de Cartago, 200 d.C. “Somos um corpo pelo sentimento da mesma crença, pela unidade da disciplina e pelo vínculo da mesma esperança formamos uma liga e uma congregação para sitiar a Deus com as nossas orações, como exercício em formação cerrada. Esta violência agrada a Deus. Rezamos também pelos imperadores, ministros e governantes, pela prosperidade do mundo, pela tranqüilidade geral, pelo adiamento do fim dos tempos. Nós nos reunimos para ler as sagradas escrituras, se os acontecimentos do presente nos obrigam a procurar nelas, sejam advertências para o futuro, sejam exemplos do passado. Com estas santas palavras nutrimos nossa fé, levantamos nossa esperança, reforçamos nossa confiança e cerramos também nossa disciplina, inculcando seus preceitos. (...) E mesmo se existe entre nós uma espécie de caixa comum, ela não é construída por quantias “honorárias” pagas pelo eleitos, como se a religião fosse  leiloada. Cada um paga uma contruibuição modesta, num dia fixo do mês , ou quando quer, se quiser e se puder. Niguém é forçado; a contribuição é livre. É um depósito de piedade. (...)
Quanto ao nome de “irmãos”, pelo qual nos chamamos, eu creio que os faz perder a cabeça, [os inimigos] somente por entre eles todos os nomes de parentesco são dados apenas por afeição simulada. Ora, somos mesmos seus irmãos, pelo direito da natureza, nossa mãe comum; embora vocês não sejam propriamente homens, porque são maus irmãos. (...) A nossa refeição revela sua razão de ser no próprio nome: chamamo-la com um nome que significa ‘amor’ para os gregos...”
(Tertuliano, Apologético, capítulo 39)

Durante a tarde do dia 20 foram feitas propostas concretas de ação, apresentados os passos para o XIII intereclesial; foram feitas nomeações para várias pastorais, regiões forâneas e conselhos, cujo conteúdo dispomos em anexo. Pe. Edimilson teceu elogios aos que trabalharam para o bom êxito do encontro, agradecendo-os largamente. Dom Fernando, depois de ler uma mensagem enviada pelo Pe. Chagas, missionário da Diocese na Amazônia, e de agradecer a todos, deu a benção de ação de graças e despediu os mais de 260 participantes a Assembleia Diocesana de Pastoral.